5.3.12

Ainda não morreste

Leave your world, come to me. I'm closer to you than I seem.
Wish upon this melody and come to me

Até do teu desprezo eu gosto… Só por tua falta sinto ainda
esta melodia, só por tua saudade me alento, sendo isto sinonimo de que, ao que
parece, ainda não morreste.
Inês Vegetal + morfina

12.2.12

Sacudindo o nevoeiro



Sonhos – ainda que só ficticiamente vividos – são reais.
Podem também, definir-se pela deambulação da heteronímia patente à divisão de
cada ser por si mesmo.
Vergonha, timidez – tudo sinónimos, tal como cobardia – cruéis fossas de
armada, trincheiras de defesa, inundadas de defuntos sonhos.
Sonho, imaginação e criação de paralelismos ao quotidiano que sempre nos prende
ao que somos.
Medo confunde-se muitas vezes com outras coisas, é mais fácil chamar-lhe de
acanhamento ou receio. Medo é cru.
Todas estas coisas, evoquem elas o que evocarem, serão sempre empecilhos no
percurso inicialmente planeado, no sonho primeiramente tido.
Por isso, resta apenas, combater essa inércia medrosa, e de deixar que os quereres dominem o ser.
Ascendendo o gesto, transformando o sonho em algo palpável e
eliminado definitivamente todas essas trincheiras envenenadas de falsas
seguranças.
[sacudindo
o nevoeiro que nos distancia e atravessa]
Vegetal na cidade invicta

5.2.12

Habituação



Cromatismos sequenciais
Acordar, comer, sair, esperar, autocarro
- isto tudo entre as 6 e as 7 da matina

Crença no futuro, credibilidade no alheio pensar.
Sustenho a cabeça nas mãos
- isto nunca vai passar, disse a mãe da pequena

Vai, digo para mim, só tem de passar
E mais uma semana vai, outra vem

Enquanto isso enterro-me um pouco mais
Na gola, consigo sentir
A minha respiração húmida
Todos se prendem na ficção de existir
e esse bafo, é a única
coisa que realmente
é
Inês Vegetal + Eric Fischl