19.2.11

Sexo


Querido sexo

Tenho andado a perguntar-me se é de ti. Se é só de sexo que se faz a cena forçada. Será da pornografia? Do amor?
O prazer naquilo que se não conhece é o ascender ao conhecimento agradável.
O lamber do escárnio cometa, que é esse orgasmo com carris, o explodir do cosmos que sempre antevê o esperma ácido. Esperma. O único que penetra, aflora e muda a cúpula celestial, deixando apenas restos, gotas de suor e desse liquido que dá vida.
E então sexo? Que me dizes tu de vir? Que me contas tu de tuas agitadas costas? Fala-me dessa língua de terra que ao longe vem. Queria mesmo escorregar por teus evasivos saberes…
Peço-te então, só mais uma vez, para que no retorno a esta carta, chames alguém que me afogue em palavras de chuva chorada e de saliva. Palavras de sexo, nunca antes mastigadas.
Ai ai mulher
Inês Vegetal