Tentam
arrumar o que nasceu sem forma.
Esfolam-nos
a cabeça contra as prateleiras
infinitamente tentando enfiar
lá
algo que não existe daquela
feitio.
Forma?
Aquela sentido de visão -
deturpada - que eles me - nos - querem fazer ingerir.
Só há um jeito de saltar – por
cima
É cuspindo-lhes o que
dilaceradamente pretendem.
Cuspir,
quando acharem que já comemos
Cheguem-se
para lá, e afastem de mim vossos cheiros viciados
Arredem de mim, larguem-me a
mão
a cabeça
os tornozelos
os braços
Demitam-se de mim que eu vou partir
Só me
encaixo no molde das ondas e do vento em noite de intempérie,
Por isso
partirei, aos ombros do marinheiro que há-de vir, sem viciar
Por isso
escrevo, para que não me esqueça de minha maré.
Inês
Vegetal