20.6.10

A dor que se centra no buraco cerebral

Porque não te calas?
Se não tens nada para dizer, não digas!
Se não tens nada teu para mostrar não mostres o que de outros é!
Porque é que te ris?
Estúpido… Se eu, e todos os seres e santinhos que nos rodeiam notam com clareza extrema que não achaste a mínima da piada, porque é que te ris!?
No mínimo, que arranjes um melhor riso, carago! Agora não me venhas com essas merdas!

Comes tudo o que vês? Comes merda só por estar numa lata se atum?
Não… Logo vi…
Então, porque Mãe vomitas tudo aquilo que nos outros vês de engraçado? Anh? Porque raio plagias tudo aquilo se faz!?
Um dia eu digo “olha que bonito, um lacinho!” e no dia seguinte tudo o que tu tocas um lacinho tem de ter! Mas que carago é este? Não tens olhos teus? Porque é que te limitas a usar os dos outros?!

Ai ai… Só de mim… Depois chamam-me amargurada, rancorosa, até se excitam comigo e chamam-me “bosta” em termos de infante… Vocês não me percebem…

Claro que não percebem, nem tu… Mas como me havias de compreender se não me vês, não me ouves? Se empregas lacinho que viste em mim só por achares bonito, sem tentares compreender o porquê de eu os ter tocado!

És uma criança ainda, tu e muitos dos que me ladeiam…
É bom ser criança… Sim, é bom. Mas mais importante do que se ser criança, é saber-se ser criança.
Tudo cresce, tudo muda, mas permanece em nós até ao dia do nosso remate, um resquício do passado, essa marca de se ser miúdo. E é ai que reside a sabedoria de ser cria, é tu seres grande e no entanto criança, quando tal se adequar, mas não sempre…
Sei que pode ser difícil de perceber, mas… às vezes, é-me tão, mas tão importante ser-se sério. Não sério de sisudo e carrancudo, mas sério no sentido de se ser levado como tal.
Não imaginam o quão doloroso é, tudo o que a minha boca verte, ser tido como uma mera graça… A principio até me esqueço, depois o sorriso começa a descair, até que o buraco intelectual que se formou em mim é tão largo que causaria sentimentos pecaminosos a qualquer amante de alargadores….
E é isso que me falta, e é por isso que pouco falo no entanto procurando, e é por essa dor (necessidade) agora quase que constante que me verto em palavras… cingindo-me ao mero acto de queixume… como qualquer ser incompleto… e degradado pela necessidade do abraço, sorriso e fala sincera… aguardando… pelo respeito e verdade…

Cá te espero, e quase que desespero…

Vem rápido, quem quer que sejas…

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