Visita habitual à gaja do costume
O marido estava fora
A mesma roupa o tal perfume
Há anos se consome brando o mesmo lume
Visita curta, nuca se demora
O casamento foi apenas a saída
Que no momento pareceu bem às duas
Euforia agora já esquecida
Os anos fazem velha esta puta vida
Maridos fora, amigas nuas
O acaso apresentou-as há uma eternidade
No entanto já casadas tudo era tipo pela metade
Em qualquer cama haver paixão é caridade
O tempo abandonou-as mal capadas
Unidas, ambas pelo longo cativeiro
Viram uma noutra a salvação
Mas logo cai por terra a ilusão
O amor a horas certas tem o mesmo cheiro
O tédio traz repetição
Zapalmeida e fachada limitada
Que bonito quem escreveu?
ResponderEliminarSerá que sentiu o que disse? ou sente.
Quem tem dentro de si tal abismo?
Quem vive as suas preciosas horas de vida limitada na vez de outro?