corpo
que te seja leve o peso das estrelas
e de tua boca irrompa a inocência nua
dum lírio cujo caule se estende e
ramifica para lá dos alicerces da casa
abre a janela debruça-te
deixa que o mar inunde os órgãos do corpo
espalha lume na ponta dos dedos e toca
ao de leve aquilo que deve ser preservado
mas olho para as mãos e leio
o que o vento norte escreveu sobre as dunas
levanto-me do fundo de ti humilde lama
e num soluço da respiração sei que estou vivo
sou o centro sísmico do mundo
Al Berto
era capaz de ser um princípio de dia. a água do tempo. um tempo na água dos dias. não sei se disse que o olhar é um pássaro de chuva a limpar memorias. não sei se disse.
ResponderEliminar(Maria Quintans)
e dizias tu que a tua poesia não era grande coisa. que erro!
ResponderEliminarPosso ter dito muita coisa, posso até ter dito tal coisa, mas nunca disse que tal dito era meu. E este poema não me pertence a autoria, apenas o prazer de sua passagem, tendo sido assim dito e feito por Al Berto.
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