19.7.12

Catarse



Finda sempre.
Com pés e lençóis frios.

Esgotam-se as gotas, os cheiros e os pareceres
viciam-se as salivas prévias.

Sendo o tempo o que é e o rumo o que foi,
o que tocámos rescende o vento.

[vento: o que não se agarra. O que cheira mas não sustem.]

[Que gentes são essas que se dilaceram sem saber a que soa?]

Apagam-se as fogueiras.
Os restolhos,
lá ficam.
Incólumes cinzas do que foi no tempo que é.

Pudesse eu saber o que tenho
e encontraria a penúria.

Entrementes, as fórmulas caducam a cada lamber de lábios.

Os vistos perdem acepção,
e convertem-se em lençóis mortificados.

[a inanidade continua,
enquanto sou o que atalha no tempo que virá]


Inês Vegetal

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